A paleta de cores na construção de uma marca.

A escolha da cor não é uma questão de gosto pessoal. Nem de modismo. É uma questão de branding estratégico, pelo menos no que se refere à construção de uma marca expressiva, coesa, impactante. As cores têm um forte poder de comunicação, de criação de vínculos emocionais, de conexão de ideias e valores. Por isso, a paleta de cores de uma marca deve ser elaborada dentro de um contexto estratégico, após uma profunda análise do que é a empresa e o que ela quer transmitir.

Um estudo chamado “Impacto da Cor no Marketing” (Impact of Color on Marketing) indica que 93% das pessoas avaliam as cores de um produto no ato da compra e 84% dos consumidores acreditam que a cor do produto é muito mais importante do que outros fatores.

Alguns exemplos das cores e de suas características:

Amarelo

– Brilhante e energizante

– É acolhedora, gera otimismo e esperança

Azul

– Ligada à produtividade e ao sucesso

– Desperta segurança, confiança e notoriedade

Laranja

– Criatividade, alegria e energia

– Muito ligada ao prazer, recompensa

Roxo

– Criatividade, imaginação

– Muito ligado à harmonia, nobreza, prosperidade

Vermelho

– Quente e dinâmica

– Ativa, apaixona e emociona

Verde

– Confiança, tranquilidade, frescor

– Apelo ao equilíbrio, bem-estar e harmonia

Essas são apenas alguns exemplos de cores e seus significados mais essenciais. A verdade é que existe um mundo de sensações, percepções, visões e conceitos em cada cor. E quando essas cores são combinadas, gerando uma paleta, há um verdadeiro universo a ser explorado.

Toda marca tem uma cor principal, mas ela precisa de outras como suporte, para serem usadas em diferentes aplicações, como sites, mídias sociais, cartões de visita, envelopes, embalagens, caixas, sacolas, etiquetas, veículos, uniformes, fachadas, etc.

Essas cores secundárias e terciárias ajudam a criar uma personalidade, uma identidade exclusiva para a marca. No círculo cromático estão todas essas cores, que, quando combinadas, geram associações bem interessantes.

São essas combinações que vão resultar em paletas mais completas e harmoniosas. Entre os exemplos de paletas temos:

Análogas: Combinação que utiliza cores vizinhas à principal

Monocromáticas: Combinação que utiliza apenas uma cor com diferentes tonalidades

Complementares: Combinação que utiliza cores opostas à principal

Triádicas: Combinação obtida através da junção de cores que corresponde a um triângulo no círculo cromático.

Podemos explorar também outras características das cores, como brilho, saturação, sombra e matiz. Essa paleta vai dar um outro significado para a cor principal, atenuando, enfatizando ou criando novos pontos de destaque.

Por exemplo, o verde, como vimos, está associado à calma, harmonia, tranquilidade. Mas combinado com outras cores e tonalidades, tudo pode mudar, como por exemplo incluindo a cor prata (sofisticação, inteligência, como faz a Land Rover), marrom (natureza, rusticidade, como faz a Timberland).

Para escolher as cores certas, é necessário observar alguns pontos importantes, tais como:

Pregnância

Tem a ver com uma sensação de estabilidade, que as pessoas sempre costumam buscar. Para isso, pense em uma cor com a qual seu público-alvo tenha familiaridade.

Semelhança

O uso de cores semelhantes é percebido como ‘amigável’ para o cérebro, que tende a agrupar informações parecidas para entendê-las mais rapidamente.

Segregação

Uma boa forma de entender este princípio é pensar em uma cor que fuja da regra de semelhança. Ela certamente vai destacar a parte em que for utilizada no design.

Continuidade

Este é um dos efeitos mais interessantes da percepção das cores. Com o uso de tons próximos, você pode criar uma ilusão de fluidez e direcionar o olhar da pessoa para algum ponto do design.

O mais importante é que sejam escolhidas cores de acordo com a personalidade da marca, e não fazer sua marca se encaixar dentro da personalidade de uma cor, gerando associações estereotipadas. Uma coisa é bem diferente da outra.

As cores só entram em jogo quando podem ser usadas para combinar com a personalidade desejada de uma marca. Sem este contexto, a escolha de uma cor sobre a outra não faz muito sentido.

Depois de definida sua paleta, a ordem é: use e abuse das cores que foram determinadas na identidade visual da sua empresa. Acredite, uma identidade com as cores certas é uma ferramenta poderosa que ajudar a tornar a sua marca apaixonante.

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